Aprovados no concurso da PMCE participam de seminário sobre relações étnicas

8 de novembro de 2018 - 16:23 # # #

Assessoria de Imprensa da Aesp/CE e Assessoria de Imprensa da Coordenadoria para Promoção da Igualdade Racial
Leandro Freire e Thiara Montefusco - Fotos

Nesta quinta-feira (08), os alunos do Curso de Formação Profissional para a Carreira de Oficiais da Polícia Militar do Ceará participaram de seminário sobre relações étnicos-culturais, na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE).

A atividade foi ministrada pela titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (CEPPIR) do Governo do Estado do Ceará, professora Zelma Madeira, e trouxe ao centro de discussões assuntos como a herança da escravidão no Brasil; o processo de mestiçagem e de democracia racial; dados de desigualdade e de resistência das diversas etnias existentes no Ceará; além de apresentar políticas públicas voltadas para esta temática.

“Para nós, tem grande relevância estabelecer esse diálogo sobre as relações raciais no Brasil junto aos futuros oficiais, porque as populações que nós trabalhamos são as mais discriminadas em termos raciais e que sofrem invisibilidade. A gente precisa debater direitos humanos, a gente precisa debater a igualdade racial aqui porque no dia a dia esses profissionais vão trabalhar com essas populações e essas populações são diversas. Para a gente ter um país verdadeiramente democrático em termos raciais, precisamos debater essas questões”, declarou Zelma.

Segundo Bruno Oliveira, 31 anos, é preciso olhar a questão do racismo por uma ótica mais profunda. “Não podemos ter preconceitos, pois seremos responsáveis por toda uma sociedade que é composta por pessoas de várias raças e credos. Se tivermos preconceito, isso pode vir a atrapalhar alguma ação. Então, questões como a que discutimos hoje vão expandir nosso senso crítico”, afirma.

De acordo com a colega de curso Mayara de Paula, 29 anos, não se pode fingir que não há racismo estrutural. “Trazer a diversidade dos grupos étnicos para a nossa formação profissional é importante porque lidamos eles diuturnamente, em diferentes situações e contextos. Não podemos naturalizar a discriminação e fingir que não existe. Ela existe, fere e machuca. Ela vem de uma sociedade que alimenta isso, uma sociedade que é racista. Portanto, é necessário fomentar debates como este para que a gente possa exercitar cada vez mais nossa preocupação com o outro, que é nosso dever”.

O evento faz parte da matriz curricular do curso de formação inicial e objetiva debater e orientar os futuros agentes de segurança pública do Ceará sobre os mais diversos temas relacionados à atividade policial. Assuntos como o Estatuto do idoso; Lei de acesso à informação e diversidade e pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social também foram debatidos durante esta semana.