Notificação de AVC é compulsória para hospitais e clínicas

10 de março de 2014 - 19:00

O Comitê Estadual de Atenção às Doenças Cerebrovasculares reuniu na manhã desta segunda-feira (10), na Secretaria da Saúde do Estado, as 32 clínicas radiológicas participantes da segunda etapa do Programa de Atenção Integral e Integrada ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Estado do Ceará para avaliar o primeiro mês de implantação do Registro Estadual de AVC, iniciada em fevereiro. A Portaria nº 5681, de 2009, que disciplina a notificação compulsória da doença no Ceará, foi normatizada em janeiro pelo Comitê Estadual e determina a notificação dos casos de AVC pelos hospitais e clínicas radiológicas.

A terceira etapa do estudo epidemiológico do AVC é realizada em convênio com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, de São Paulo, e financiamento de R$ 1,7 milhão do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde. Na primeira etapa do estudo,  entre junho de 2009 e maio de 2012, a mortalidade por AVC em Fortaleza caiu 17% e diminuíram em 32% as complicações em consequência da doença.

O Programa de Atenção ao AVC, desenvolvido nas vertentes epidemiológica, assistencial e educativa, iniciou as ações de vigilância epidemiológica em 2006, com o georreferenciamento de todas as mortes por AVC em Fortaleza. Em 2009 foi iniciado o estudo hospitalar, envolvendo 19 hospitais da Capital. Identificados por concentrar mais de 90% das mortes por AVC, esses hospitais foram visitados por uma equipe de seis pesquisadores que realizaram a busca ativa de novos casos. No total, foram identificados 4.686 casos.

Na vertente assistencial, o marco do programa foi a inauguração, em outubro de 2009, da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), que atendeu 1.400 pacientes no primeiro ano de funcionamento. Os pacientes tiveram acesso ao tratamento trombolítico e a exames modernos como a tomografia realizada pelo tomógrafo multislice, que realiza o exame em apenas 5 segundos. Entre 2009 e 2012, a proporção de internações por AVC com realização de tomografia em Fortaleza aumentou de 90,5% para 98,1%.

A atenção ao AVC se expande para o interior do Estado. Em funcionamento desde março deste ano, a unidade de AVC agudo do Hospital Regional do Cariri (HRN), em Juazeiro do Norte, dispõe de 10 leitos, e seis pacientes internados na Unidade de Cuidados Especiais, com 29 leitos para cuidados ao AVC crônico. A equipe de atendimento conta com clínico geral plantonista, dois enfermeiros e um técnico de enfermagem para cada três leitos. Na unidade, os pacientes têm acesso ao tratamento trombolítico. Está previsto para abril deste ano o início do funcionamento da unidade de AVC do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, e para abril de 2015 a unidade do Hospital e Maternidade Regional do Sertão Central, que está em fase final de construção em Quixeramobim.

O AVC ocorre subitamente em qualquer idade, sexo ou classe social. É a segunda doença que mais mata no mundo, responsável por 6 milhões de mortes a cada ano e a principal causa de incapacitação por conta das sequelas que pode deixar. Conhecido também como derrame, o AVC é uma doença que provoca a perda súbita de uma ou mais funções neurológicas. No AVC isquêmico, o mais comum, com 80% dos casos, ocorre a obstrução de um vaso sanguíneo de uma determinada região do cérebro.

Já no AVC hemorrágico, ocorre a ruptura de um vaso sanguíneo cerebral e a formação de hematoma que comprime os tecidos cerebrais vizinhos. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte e incapacitações. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorreram 33 mil mortes por AVC no país em 2012. A doença mata mais que infarto, câncer, aids, acidentes e drogas. No Ceará, o AVC também é a principal causa de morte e incapacitação.

10.03.2014

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