Encontro capacita coordenadores no diagnóstico da hanseníase

29 de abril de 2013 - 13:20

O Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde (Sesa), vai reforçar a busca de casos novos de hanseníase. Com esse objetivo, a Sesa realiza nesta terça-feira (30), das 8 horas às 17 horas, no Hotel Mareiro (Avenida Beira Mar, 2380 – Meireles), encontro da coordenação estadual do Programa de Hanseníase. A ação vai reunir 100 coordenadores da Atenção Básica, da Vigilância Epidemiológica e do Programa de Hanseníase dos 27 municípios silenciosos (aqueles que não registraram casos da doença em 2012). Em 2010 havia 40 municípios silenciosos. Manchas claras em qualquer parte do corpo com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato, podem ser sinais da hanseníase. A doença pode causar deformidades físicas. Com o diagnóstico logo no início e com o tratamento imediato podem ser evitadas.

A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clinicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase. Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.

A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.

No país, a hanseníase indica tendência de estabilização dos coeficientes de detecção de casos da doença. Nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste os patamares ainda são considerados elevados. No Ceará, em 2010, foram diagnosticados 2.149 casos novos, atingindo um coeficiente de detecção geral de 25,4 por 100.000 mil habitantes. Com esse índice, segundo o Ministério da Saúde o Ceará fica no 13º lugar no ranking nacional e o 4º do Nordeste, em número de casos novos. Para a Secretaria da Saúde do Estado, ao mesmo tempo em que as ações de vigilância epidemiológica são intensificadas é necessário manter os profissionais do Programa Saúde da Família lá nos municípios motivados e preparados para atuar na detecção precoce dos casos. Os técnicos da Sesa também destacam a importância da mobilização social, com a participação dos conselhos municipais de saúde, nas das ações de prevenção e de conscientização da população sobre os cuidados com a doença.

29.04.2013
Assessoria de Comunicação da Sesa
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