Unidade de AVC do HGF ganha destaque no VII Congresso Internacional
15 de outubro de 2012 - 17:34
A Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) passou a ser a primeira do Brasil habilitada pelo Ministério da Saúde com nível 3 por garantir assistência integral aos pacientes, desde a emergência aos serviços de retaguarda. A portaria de habilitação será assinada pelo ministro Alexandre Padilha durante a abertura do VIII Congresso Internacional de AVC (Word Stroke Organization), em Brasília. Essa foi a primeira vez que um país da América Latina realizou o Congresso, que reuniu mais de três mil médicos, dentre eles o diretor da Unidade de AVC do HGF, o neurologista João José de Carvalho. “Isso, além de significar o reconhecimento pelo trabalho que estamos desenvolvendo, significa, a partir de agora, um aporte anual de R$ 2.171.750,00 para o HGF. Este acréscimo permitirá melhorarmos ainda mais o atendimento aos pacientes com AVC incorporando novas tecnologias no futuro”, ressalta João José.
A Unidade de AVC do HGF faz parte do Programa de Atendimento Integral e Integrado às Vítimas de AVC da Secretaria da Saúde do Estado, que, além da área assistencial, se sustenta nas vertentes epidemiológica e educativa. O secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, destaca que “a conquista da habilitação não é resultado de uma única ação. É consequência de uma política de saúde de assistência às vítimas para prevenir a doença e reduzir as incapacitações e os óbitos. O AVC causa 4.200 óbitos por ano, em média, no Ceará”, afirma o Secretário. Ele observa que a assistência será em rede, vai se expandir aos novos hospitais regionais construídos pelo Estado no interior. O primeiro será no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, que ainda este ano terá a Unidade de AVC funcionando para atender a população dos 44 municípios da macrorregião do Cariri. Em seguida, será o Hospital Regional Norte, em Sobral. No próximo ano, com previsão a partir de março, a população dos 55 municípios da macrorregião Norte também receberá assistência especializada no tratamento ao AVC na própria região, sem necessidade de deslocamento para a Unidade de AVC HGF, na capital. Com 20 leitos e equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, a Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza é a maior do país. Por ano, segundo João José de Carvalho, reduz em 30% a mortalidade causada pela doença em 50% a incapacitações das vítimas. Em números absolutos, evita cerca de 150 mortes e 400 pacientes ficam livres de sequelas graves.
Experiência do HGF A experiência da Unidade de AVC do Hopsital geral de Fortaleza foi apresentada no último sábado (13), durante o VII Congresso Internacional. Com a palestra “Stroke Epidemiology, Patterns of Management, and Outcomes in Fortaleza, Brazil, o chefe da Unidade do HGF, João José Carvalho, apresentou os dados epidemiológicos e, mesmo com o curto período de tempo, os números já mostram melhorias significativas no atendimento ao AVC em Fortaleza. Ele ressalta que os pacientes estão chegando mais cedo aos hospitais, o que ajuda no tratamento, a quantidade de pacientes que se beneficiaram da trombólise (o tratamento que dissolve o coágulo) quadruplicou, foi triplicado o número de pacientes que fizeram investigação completa do AVC, diminuição em 30% o número de pacientes que apresentaram pneumonia durante a internação pelo AVC e ainda a redução da permanência no hospital (de 17 para 15 dias) e a mortalidade hospitalar (de 27% para 17%).
Sobre o AVC Conhecido também como “derrame cerebral” ou “trombose”, o AVC é ainda a principal causa de incapacidade. O AVC mata mais do que infarto, os diversos tipos de câncer, acidentes, crimes, drogas, AIDS, etc. Pouco se divulga, mas o AVC mata mais mulheres do que o câncer de mama e mais homens do que o câncer de próstata. “O bom desta história, é que apesar da sigla AVC significar acidente vascular cerebral, o AVC não é um acidente: é uma doença prevenível. Controlando os chamados fatores de risco, podemos evitar 90% dos AVCs. Ou seja, só tem AVC quem tem e não controla a pressão, o diabetes e o colesterol elevado ou ainda fuma, bebe em excesso, é sedentário ou obeso”, destaca João José. Ele ressalata ainda que trata-se de uma questão de conscientização e educação. “Não é a toa que na maioria dos países do chamado primeiro mundo, o AVC já é a terceira e em alguns a quarta causa de morte. Adicionalmente, ter estruturas adequadas para o tratamento do AVC é essencial para diminuir as mortes e sequelas”, afirma. Hoje, o Ceará é o único estado do País que tem oficialmente um dia dedicado à atenção do AVC, o dia 29 de outubro e tem um programa específico para o AVC aprovado no Conselho Estadual de Saúde. O Estado do Ceará ainda foi o primeiro e único estado da federação a bancar com recursos próprios o uso da medicação trombolítica (medicação que dissolve o coágulo nos casos de AVC isquemico) nos hospitais públicos. Adicionalmente temos a maior Unidade de AVC do Brasil a do HGF e estamos implantando a mais abrangente e resolutiva rede de assistencia integral e integrada ao AVC do país. Com a inauguração da Unidade de AVC do Hospital Regional do Carirí (início de novembro), do Hospital Regional de Sobral (em fevereiro ou março de 2013) e dos hospitais de Quixeramobim e Metropolitado, atingiremos a nossa meta que é: em 2015, nenhum cearense morará a mais de 01 hora de uma unidade de AVC.
15.10.2012 Coordandoria de Imprensa do Governo do Estado com informações da Assessoria de Comunicação da Sesa Selma Oliveira/ Marcus Sá ( selma.oliveira@saude.ce.gov.br – . 85 3101.5220 / 3101.5221 / 8733.8213) Twitter: @SaudeCeara |