Dragão do Mar abre exposição sobre vida e obra de Fausto Nilo nesta quinta-feira (11)

9 de junho de 2015 - 15:34

Dando sequência à temporada de aberturas de exposições no Dragão do Mar, o Museu da Cultura Cearense abre, nesta quinta-feira (11), mais uma mostra do projeto Quintas Visuais, que desta vez toma o arquiteto, urbanista, poeta, cantor e letrista Fausto Nilo como tema. Com curadoria da historiadora Valéria Laena, a exposição promete levar o visitante a um passeio pela história pessoal e profissional deste artista que se tornou um dos nomes cearenses mais consagrados da cultura nacional. A vernissage acontecerá a partir das 19h, no Museu da Cultura Cearense, e contará com apresentação musical em homenagem ao multifacetado artista.

 

A partir de desenhos, fotos pessoais, fragmentos de composições, croquis, entre outros itens, a exposição abordará a trajetória do multitalentos, já homenageado em dezembro de 2014, no Dragão do Mar, por ocasião do seu septuagenário, quando lançou o seu último álbum, “Palavras Abandonadas”.

 

Ao longo de 40 anos de carreira, Fausto inseriu sua assinatura em grandes obras urbanas – como o projeto arquitetônico do Centro Dragão do Mar e da Praça do Ferreira – e em grandes obras musicais brasileiras. Foram mais de 400 letras registradas por mais de 100 parceiros, entre músicos e intérpretes do cancioneiro popular nacional, tais como Gal Costa, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Simone, Caetano Veloso, Nara Leão, Lulu Santos e Zeca Baleiro.

 

A exposição está dividida em dez seções. A primeira, QUIXERAMOBIM: 1944 – 1955, traz um breve histórico do lugar em que nascia o menino Fausto. Em FORTALEZA: 1956 – 1964 e PRAÇA DO FERREIRA: Década de 1960, o visitante fará um verdadeiro percurso pela cidade de Fortaleza às épocas. FACULDADE: 1965 – 1970 narra as memórias do período em que o artista inicia seu aprendizado como arquiteto. CONGRESSO DA UNE -1968 discorre sobre a turbulenta oposição ao regime militar e sua participação no movimento estudantil. BRASÍLIA E SÃO PAULO: 1971 – 1975 aborda o tempo em que Fausto sai do Ceará e começa a trabalhar na profissão como urbanista. A seção RIO DE JANEIRO: 1976 – 1988 fala sobre a época da boemia, período em que Fausto inicia suas principais parcerias musicais e compõe as músicas mais consagradas da sua carreira. FORTALEZA E FAMÍLIA: 1988 trata sobre o retorno de Fausto a Fortaleza e a formação do seu núcleo familiar. ARQUITETURA E URBANISMO: Década de 90 traz os principais projetos arquitetônicos e urbanísticos do artista, entre eles o Dragão do Mar, a Ponte dos Ingleses, a Praça do Ferreira e o Mercado São Sebastião.

 

O passeio encerra com a seção FAUSTO NILO 70, onde poderá ser apreciado um apanhado da sua carreira musical, com mostra dos discos que ele gravou, fotos atuais, trechos de suas principais composições e áudios de suas canções mais conhecidas.

 

Texto Curatorial

 

O tempo se torna humano através da narrativa e por ele acessamos diversas experiências. Nessa exposição, o homenageado é o narrador da sua história. Ele, que possui um talento primoroso em articular as suas narrativas, imprime uma dimensão temporal nas diferentes camadas do seu tempo, da sua vida. Competência, sorte, determinação revelam-se através de um generoso percurso que se articula entre épocas e melodias.

São escritos autobiográficos, narrativas da memória. O encontro entre o tempo e o espaço e o trabalho de imaginação na produção de obras de variadas linguagens que compõem o homem e artista múltiplo que é Fausto Nilo. Que faz poesia com a palavra, que faz poesia com o traço. Emprestado de Leminski, que lhe elogiava o verbo, ele faz poesia tamanho família, uma outra filosofia. Esperamos deixar registrado, aqui, algumas das melhores contribuições do arquiteto, urbanista, letrista de canções populares, e poeta Fausto Nilo. Por Fortaleza e outras cidades pelo Brasil, e afora, por este cidadão do mundo.

 

Fausto Nilo está completando setenta anos

 

Poeta, arquiteto, urbanista, compositor, desenhista. Poucos artistas e pensadores no país têm uma trajetória tão brilhante quanto a dele. Só quem conviveu com um campo artístico precário e indolente – o nosso, por exemplo – pode ter a exata dimensão da importância de uma figura como Fausto Nilo.

Imenso poeta e compositor popular. Arquiteto de algumas obras primas como o Centro Dragão do Mar, ele é, antes de tudo, um intelectual refinado que não tem medo de pensar sua aldeia. Fausto Nilo não tem apenas o olho afiado. Ele sabe converter suas avaliações em argumentos. Não desperdiça seu talento em futricas, mas, quando a situação exige, tem a coragem de emitir seus juízos com franqueza, e isso num ambiente em que as relações pessoais têm um grande peso.

Contar sua história como faz a exposição Fausto Nilo – a palavra e o traço é mostrar como a nossa cultura pode atingir pontos altos de brilho, sensibilidade artística e potência criativa, sem nunca perder a conexão com os ritmos e formas da nossa vida social.

Conclui-se, então, ao observar atentamente essa exposição, que a biografia de Fausto Nilo, aqui exposta, é parecida com o trajeto intelectual do povo cearense, se um dia conseguirmos todos transformar nossa vida em arte. O que significa que Fausto Nilo é uma síntese do que temos de melhor e mais generoso.

 

Quintas Visuais

 

Pensado com o objetivo de estimular o hábito de visitação aos Museus do Dragão do Mar, o projeto Quintas Visuais teve início no dia 14 de maio, com vernissage de “Sobre Naturezas Sob Naturezas” e pocket show de Geraldo Júnior. A mostra une os acervos do Museu da Cultura Cearense e do Museu de Arte Contemporânea para apresentar um recorte da arte popular cearense, marcada pela riqueza e diversidade do seu artesanato e forte expressão do imaginário social.

No último dia 04 de junho, duas mostras foram abertas ao público, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará: “Ela”, do premiado artista plástico Bruno Vilela; “Interstícios”, com curadoria de Ana Cecília Soares, reúne obras que se apropriam do corpo livre à experimentação. Fechando o projeto Quintas Visuais, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará abrirá na quinta-feira seguinte (18) a mostra “Orson Welles e Manoel Jacaré: a arte de ver o mar”, curada por Silas de Paula.

Serviço

 

Abertura da Exposição “A Palavra e o Traço”

Data: 11 de junho

Hora: 19h – Abertura

19h30 – Apresentação Musical

Local: Museu de Arte Contemporânea do Ceará

Acesso gratuito

 

09.06.2015

 

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